sábado, 17 de outubro de 2015

Efésios 1 a 6

Efésios 1

Paulo escreveu esta epístola quando se encontrava em sua primeira prisão em Roma, ocasião em que escreveu também as epístolas aos Colossenses, aos Filipenses e a Filemom.
Ele havia evangelizado a cidade de Éfeso durante a sua terceira viagem missionária, conforme relato que encontramos no livro de Atos, tendo sido preso no final desta sua viagem quando se encontrava em Jerusalém, tendo sido depois transferido para Cesaréia, de onde apelou para César, tendo viajado sob escolta para Roma onde permaneceu em prisão domiciliar.
Cerca de seis ou sete anos já haviam se passado desde que fundara a Igreja de Éfeso até a ocasião da escrita desta epístola.  
Mas ele era informado sobre a situação de Éfeso, por Tíquico, que foi o portador desta epístola, como se vê nos versículos 21 e 22 do seu sexto capitulo, e também, certamente por outros seus cooperadores na obra missionária.

Paulo, como em todas as suas demais epístolas, orou para que a graça e a paz fossem dadas aos efésios pelo Senhor, como lemos no segundo versículo.
A paz é fruto da graça, e por isso sempre vêm juntas, porque a paz que é tão desejada não pode existir sem a graça do Senhor nos nossos corações, dirigindo a nossa vida.
Logo em seguida, Paulo não fez qualquer menção a circunstâncias em que estivessem vivendo os cristãos efésios, e tendo simplesmente lhes chamado na saudação inicial de santos e fiéis em Cristo Jesus, passou a exaltar e a bendizer a Deus Pai por todas as bênçãos espirituais com as quais abençoou os cristãos nas regiões celestes em Cristo, como se vê no verso 3.
Note que os apóstolos nunca fizeram qualquer menção em seus escritos a promessas de bênçãos materiais que nos tenham sido feitas em caráter absoluto na Nova Aliança, ainda que estas nos sejam também concedidas por Deus, como acréscimo ao fato de buscarmos em primeiro lugar o Seu reino e a Sua justiça.
É fácil entendermos porque não há promessas específicas e absolutas quanto á concessão de bênçãos materiais para os cristãos na Nova Aliança, conforme havia na Antiga.
Em primeiro lugar porque a quase totalidade delas está ao alcance das mãos.
Elas são deste mundo.
São obtidas como recompensa do nosso próprio trabalho e esforço. E a quase totalidade das coisas que são providas por Deus para o nosso sustento, fazem parte do mundo natural que Ele criou nos seis dias da criação, e elas se reproduzem no mundo animal e vegetal; e as minerais, como por exemplo a água, foram espalhadas por Deus por sobre toda a superfície da terra, ao alcance de todos os homens, sejam eles cristãos ou não.
Uma outra razão para não existir qualquer ênfase na doação de bênçãos materiais como uma promessa da Nova Aliança, para a Igreja, consiste no fato de que tudo o que é material se desfaz pelo uso e tudo passará um dia, e além disso não poderemos levar conosco nenhuma destas coisas materiais quando sairmos deste mundo, nem mesmo o nosso corpo físico.
No entanto, as bênçãos espirituais não são deste mundo, e dizem respeito à vida eterna, porque elas são eternas em sua própria natureza.
Elas são recebidas a partir do céu e por um ato doador e específico de Deus para aqueles que as buscam pela fé.
De modo que somos incentivados por Jesus a buscar não o alimento que perece, mas aquele que subsiste para a vida eterna. E a não ajuntarmos tesouros na terra, mas no céu.
Ninguém deve ser insensato de chegar a pensar que não precisa de bens materiais, especialmente os necessários ao sustento do corpo. O próprio Jesus afirmou que o Pai sabe que necessitamos destas coisas materiais, mas Ele também disse que são aqueles que não conhecem a Deus que têm os seus corações naturalmente dispostos somente para estas coisas.
O cristão não deve portanto se deixar dominar por nenhuma delas, e fazer de quaisquer delas o seu objetivo de vida, senão somente o reino de Deus e a sua justiça; sabendo que o Senhor acrescentará estas coisas àqueles que Lhe forem fiéis enquanto eles se empenham em trabalhar exaustivamente no que tiverem sido chamados por Deus a fazerem neste mundo.
É dito pelo apóstolo Paulo que as bênçãos espirituais são obtidas nas regiões celestiais em Cristo Jesus,  a saber, elas nos vêm a partir do céu e elas nos vêm de nosso Senhor Jesus Cristo, em quem se encontram, e de quem procedem todas estas bênçãos.
Por isso estas bênçãos são exclusivas para aqueles que crêem em Cristo e que se encontram unidos a Ele. São bênçãos para aqueles que são da Igreja de Cristo, para os Seus santos (Nota: quando a Bíblia se refere à igreja, não é nenhuma instituição ou estrutura secular que estão em foco, mas a reunião dos cristãos em determinado local para a cultuarem a Deus).
As bênçãos espirituais são dadas aos homens por causa do ato de Deus em Jesus Cristo, conforme planejado no conselho eterno da Sua própria vontade divina, e são concretizadas pela operação do Espírito Santo na própria vida dos cristãos, daí serem exclusivas para os que são da Igreja, porque somente os cristãos têm a habitação do Espírito Santo.
Paulo se referiu à eleição como sendo a primeira e principal causa das bênçãos espirituais que os cristãos têm nas regiões celestiais em Cristo Jesus, e, porque ela é a razão de todas as demais bênçãos espirituais que serão concedidas por Deus ao eleito, a saber, a justificação, a redenção, a regeneração, a santificação, os dons e o fruto do Espírito Santo, e a glorificação.
Estas bênçãos espirituais não podem portanto ser experimentadas por aqueles que permanecem no mundo, pertencendo ao mundo, porque se diz delas que são celestiais, e portanto, são concedidas àqueles que se tornaram pela fé em Cristo, cidadãos do céu.
 Estas bênçãos estão projetadas por Deus para preparar os cristãos para o céu, conforme Ele havia planejado desde antes da fundação do mundo.
Por isso não devemos fixar a nossa atenção e afetos nas coisas terrenas, mas naquelas coisas pelas quais nós somos santificados em Cristo, porque fomos projetados para sermos como os anjos, por toda a eternidade, os quais não são dependentes de nenhuma coisa criada para que sejam sustentados em vida, senão somente da graça e da glória de Deus, que eles têm em plenitude.
Todos os cristãos devem ser santos; e, se alguém não tiver sido santo na terra, jamais será santo no céu. E ninguém poderá ser santo sem estas bênçãos espirituais que nos são concedidas somente por Cristo.
Tendo se referido às bênçãos celestiais que os cristãos têm em Cristo, Paulo passou a descrever que bênçãos são estas, no verso 4, e iniciou pela eleição que Deus fez antes da fundação do mundo daqueles que deveriam ser santos e irrepreensíveis diante dEle em amor, os quais foram predestinados para Si mesmo, para serem Seus filhos por adoção, por meio da união deles com Jesus Cristo.
Ou seja, Deus desejou este resultado. Ele planejou isto. Ele assim o quis, em Seu próprio Ser divino, antes dos tempos eternos.
Ele criaria a humanidade para se prover de filhos amados semelhantes a Jesus Cristo.
E Deus fez isto segundo o bom desejo da Sua própria vontade, de maneira que esta escolha não foi causada por nada externo ou pelos próprios eleitos, senão exclusivamente pela Sua soberana vontade, como Paulo afirma no verso 5.  
O propósito desta eleição e adoção em amor, e o trabalho de santificação por Ele realizado de maneira que estes eleitos sejam santos e irrepreensíveis, traz muito louvor à glória desta Sua graça que Ele concedeu gratuitamente a estes que são transformados por ela, por causa da união deles com Jesus Cristo, como se lê no verso 6.
Todos os que atendem ao chamado à salvação pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, são estes que a Bíblia chama de eleitos de Deus.
Este trabalho rico da graça em favor dos eleitos se tornou possível porque Jesus Cristo os redimiu dos seus pecados com o Seu sangue, como Paulo afirma no verso 7.
O texto de Romanos 8.28-30 nos ajuda a entender o modo desta eleição.

“28 E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
29 Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos;
30 e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.”

Este texto no diz que aqueles que amam a Deus têm todas as coisas concorrendo para o bem deles, porque os tais são chamados segundo o Seu propósito.
Estes que amam a Deus não são chamados porque O conheciam e O amavam antes da chamada deles por Deus, mas, porque Deus se revelou a Ele, por meio de Jesus Cristo e do trabalho do Espírito Santo.
Assim, eles amam a Deus porque Ele os amou primeiro.
Além disso, é dito diretamente que esta chamada é segundo o propósito eterno de Deus de adotar como Seus filhos aqueles que dentre os pecadores viessem a Lhe amar.
Todos aqueles que têm sido diligentes para a santificação das suas vidas têm recebido a graça necessária, conforme distribuída por Deus, para conhecer o mistério da Sua vontade, segundo o Seu bom desejo que propusera em Cristo, para que na presente dispensação da plenitude dos tempos, que é a da graça ou do derramar do Espírito Santo em todas as nações, faça convergir em Cristo todas as coisas, quer as do céu, quer as da terra, de maneira que Ele tenha autoridade, tanto sobre os espíritos aperfeiçoados no céu, quanto sobre os que se encontram na terra, como se vê nos versos 9 e 10.  
A união com Cristo é um grande privilégio e bênção espiritual, e o fundamento de toda vida espiritual verdadeira que existe na terra e no céu.
Por causa desta união com Cristo os cristãos têm recebido por promessa de Deus uma herança incorruptível no céu, e para terem a certeza de que serão herdeiros juntamente com Cristo, conforme Deus havia predestinado desde antes da fundação do mundo, para que assim fosse, conforme o conselho da Sua vontade, o Espírito Santo habita nos cristãos como um selo e penhor divino de que entrarão de fato na posse desta herança que eles alcançaram por causa da união deles com Cristo, como se vê nos versos 11 a 14.
O conselho da própria vontade de Deus é tudo aquilo que Ele tem planejado desde toda a eternidade conforme a Sua exclusiva autoridade e soberania.
Quanto à nossa salvação nós vemos em Hebreus 6.17 que este conselho é imutável.
Em Atos 2.23 nós vemos que Jesus foi entregue por nós conforme o conselho determinado e presciência de Deus.
Em Atos 4.28 é dito que a perseguição de Herodes, de Pilatos e do povo contra a Igreja estava acontecendo conforme Deus havia predeterminado no Seu conselho eterno, porque Ele planejou que o evangelho avançaria em meio a perseguições e oposições, para que Ele receba muita glória nas vitórias sobre os poderes que se opõem à Sua santa vontade.
Em Atos 20.27 nós vemos Paulo afirmando aos Efésios que não havia se esquivado de lhes anunciar todo o conselho de Deus.
A palavra boulê usada no original grego para conselho, no texto de Ef 1.11 é a mesma que é usada em todos estes demais textos, que acabamos de citar.
Então as ações contra a Igreja já estavam determinadas por Deus desde antes da fundação do mundo, como vemos em At 4.28, para a Sua exclusiva glória, pelo testemunho dos Seus servos no amor a Ele e à verdade, na medida em que teriam a fé deles aperfeiçoada por estas tribulações, que vêm aos cristãos como oposições de Satanás.

O nosso texto de Ef 1.11 diz que os cristãos foram feitos herança do Senhor por terem sido predestinados de acordo com o propósito de Deus, que foi feito segundo o conselho da Sua própria vontade.
É declarado quanto à salvação dos que crêem em Cristo, que o caráter do decreto eterno é imutável, isto é, os que foram salvos, jamais poderão perder a condição de filhos de Deus porque foram marcados por um conselho que é imutável e absoluto quanto a isto.
De igual modo é também imutável o conselho quanto ao crescimento destes eleitos na graça e no conhecimento de Jesus, mas ele não é absoluto quanto à sua execução relativamente a todos os cristãos, porque este crescimento não dependerá somente da vontade de Deus, mas também do empenho e diligência de cada cristão em santificação.
Ainda que esteja determinado que todos eles serão perfeitos em santidade na glória, porque Deus é santo, e importa que Seus filhos sejam santos, no entanto, enquanto eles estiverem neste mundo se verá mais progresso em santidade em uns do que em outros.
E aqui se revela que eles devem crescer por um ato de escolha voluntária, porque não há amor e obediência verdadeiros que não sejam voluntários.
Isto implica a necessidade de cooperação com o trabalho do Espírito Santo para que haja crescimento espiritual.          
Em Apocalipse 10.6 nós lemos o seguinte:

“e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o qual criou o céu e o que nele há, e a terra e o que nela há, e o mar e o que nele há, que não haveria mais demora,”.

A humanidade está em contínuo processo de criação através dos séculos, com a geração de novas pessoas, mas se diz que Deus tudo criou, com o verbo criar no tempo passado, indicando uma ação concluída, como vemos no texto de Apocalipse 10.6 que acabamos de citar.
Isto indica que tudo chega à existência no tempo, mas tudo já foi visto por Deus como criado no Seu próprio planejamento eterno, conforme o conselho da Sua vontade.
Assim, o que virá a ser ainda, já foi conhecido por Ele em Sua presciência.
Tudo o que vier a ser já se encontrava em latência na mente de Deus, assim como um arquiteto tem todo o planejamento de um edifício em sua mente, antes de construí-lo.
Podemos por assim dizer, que todos os seres morais que chegam à existência, á se encontravam criados na imaginação e vontade de Deus, antes de serem formados por Ele no tempo da chegada que Ele previu para cada um deles a este mundo.
Há este controle perfeito do Senhor sobre os seres morais, porque eles têm um espírito, tal qual Deus é espírito, e assim não poderiam ser o fruto de uma geração espontânea ou meramente natural, porque também são seres espirituais além de terem um corpo natural.
Isto não significa que houvesse algum bem prévio ou mérito nos eleitos, porque quanto ao pecado, como ensinam as Escrituras, são tanto pecadores e culpados como os não eleitos, sendo salvos gratuitamente pela graça que está em Cristo Jesus.
É realmente muito fascinante sabermos que Deus criou os seres morais à Sua imagem e semelhança.
Eles estão dotados desta capacidade de juízo próprio, de direção própria, de determinação própria, em escolhas que podem fazer pelo exercício da razão e da imaginação.
Temos então em cada ser moral criado, uma personalidade específica e definida. Cada um deles é único e são distintos uns dos outros.
E é por isso que alguns afirmam erroneamente que Deus arriscou em havê-los criado, porque muitos deles poderiam por esta característica de direção própria, determinarem caminharem afastados da Sua vontade.
Dizemos que não houve erro porque tudo isto estava planejado nos conselhos eternos de Deus, de maneira que estes vasos rebeldes são enchidos com a Sua ira, para manifestar neles o Seu poder como Juiz e Vingador do mal. A criatura que não honra o seu criador é também desonrada por ele.
É a isto que Paulo quer se referir em Romanos 9, quando diz que Deus criou vasos para honra, que são os eleitos; e vasos para desonra, que são os não eleitos.
Deus sabia de antemão e desejava este efeito, de maneira a exibir tanto a sua misericórdia, graça e amor nos eleitos, que salvou de suas misérias no pecado, como o Seu grande poder em julgar e condenar ao sofrimento eterno aqueles que resistem à Sua vontade; apesar de não ter nenhum prazer em fazer isto, porque não criou nem anjos, nem homens, para serem rebeldes, e prova isto os sujeitando aos Seus juízos, porque são responsáveis perante Ele pelo uso da liberdade que receberam, e que deveriam colocar debaixo da Sua instrução e governo, por uma obediência voluntária em amor.    
Os cristãos estão portanto, selados e marcados pelo Espírito Santo, como propriedade de Deus, para serem resgatados no tempo oportuno.
Eles têm parte desta herança celestial garantida pela presença do Espírito Santo, que é o penhor de que haverão de receber a recompensa plena no futuro.
A habitação do Espírito Santo é também um penhor de que a santificação que Ele está operando agora será uma santificação perfeita na glória, quando os cristãos entrarem na posse da plenitude da herança deles no céu.
A alegria e o consolo que são gerados no presente pelo Espírito são também um penhor daquela alegria e consolo que serão perfeitos no céu.
Tudo isto foi comprado para os cristãos pelo sangue de Cristo.
A herança que nos foi prometida antes da fundação do mundo foi perdida por causa do pecado, mas Cristo comprou a nossa hipoteca e a resgatou para nós, pela redenção do Seu sangue, que foi o preço da compra ajustado para que pudéssemos ter o resgate da posse da nossa herança, que havia sido perdida, e que Cristo recuperou para nós.
Depois de ter falado da obra que Deus fez em favor dos cristãos através de Cristo, Paulo orou na parte final deste capítulo pelos efésios, dando graças a Deus pelo que Ele havia feito por eles, e para que continuasse operando em suas vidas, dando-lhes espírito de sabedoria e de revelação dEle, através da iluminação dos seus olhos espirituais, para que pudessem conhecer qual era a esperança da vocação deles, e as riquezas da glória da herança deles nos santos, e também qual é a suprema grandeza do poder de Deus para com os cristãos, segundo a força do Seu poder, como lemos nos versos 15 a 19.
Poder este que Deus manifestou no próprio Cristo quando o ressuscitou dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus, muito acima de todo principado, autoridade, poder e domínio, tendo sujeitado tudo aos pés de Cristo, dando-o como Cabeça à Igreja, a qual é o seu corpo e a Sua plenitude, como lemos nos versos 20 a 23.
Veja que nos versos 15 a 19 se fala em relação aos cristãos que eles devem ter espírito de sabedoria e revelação da pessoa do próprio Deus; iluminação dos olhos espirituais, para o conhecimento das coisas espirituais relativas àquilo que eles devem ser e da herança que têm em Cristo; e finalmente conhecerem de forma também experimental qual é o poder de Deus que neles opera.
Isso tudo fala de vida de experiência com a realidade das coisas espirituais que estão em Cristo.
Isto é muito mais do que mero conhecimento intelectual.
Não se fala de mente de sabedoria e revelação, ainda que isto esteja incluso, mas de sabedoria e revelação de espírito, uma vez que toda sabedoria e revelação de Deus são feitas ao nosso espírito pelo Espírito Santo.
Este poder espiritual foi manifestado em Cristo e tem sido manifestado por Deus na Igreja, porque esta é o corpo de Cristo, e tem sido por meio dela que o poder de Cristo tem se manifestado na presente dispensação.
O conhecimento do poder de Deus por experiência pessoal e real com o Espírito Santo é absolutamente necessário para um caminhar íntimo e constante com Ele.
É da vontade de Deus que conheçamos o poder da Sua graça operando em nosso espírito de maneira experimental.
 É uma coisa difícil trazer um espírito a crer em Cristo e a confiar na Sua justiça e esperança de vida eterna.
Somente o poder do Todo-Poderoso poderá fazer tal trabalho nos pecadores.

O caráter deste poder é o mesmo que ressuscitou Jesus dentre os mortos, e assim não é fácil defini-lo com palavras. Não serão portanto palavras persuasivas de sabedoria humana que poderão fazer este trabalho de conversão e de santificação, senão somente o poder operante de Deus.


“1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus:
2 Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo;
4 assim como nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
5 e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6 para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado;
7 em quem temos a redenção pelo seu sangue, a redenção dos nossos delitos, segundo as riquezas da sua graça,
8 que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência,
9 fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele propôs
10 para a dispensação da plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra,
11 nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade,
12 com o fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo;
13 no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa,
14 o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da sua glória.
15 Por isso também eu, tendo ouvido falar da fé que entre vós há no Senhor Jesus e do vosso amor para com todos os santos,
16 não cesso de dar graças por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações,
17 para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele;
18 sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos,
19 e qual a suprema grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,
20 que operou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus,
21 muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro;
22 e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja,
23 que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas.”




Efésios 2

Todo pecador convertido é um pecador que foi salvo, porque ninguém pode vir verdadeiramente a Deus a não ser que tenha sido salvo por Jesus Cristo.
  Mesmo depois de convertido é por causa de Jesus Cristo que todo homem pode continuar se aproximando de Deus, como lemos em João 14.6.
Estes efésios aos quais Paulo chamou de santos e fiéis em Cristo Jesus, no primeiro versículo deste segundo capítulo, estavam mortos nos seus delitos e pecados, e foram vivificados por Cristo quando se uniram a Ele, e é esta união com Cristo que nos torna santos e fiéis.
Isto não é uma qualidade propriamente nossa, porque não temos qualquer santidade e fidelidade à verdade em nós mesmos.
Isto está em Cristo e é dEle que o temos recebido por meio da Sua bondade e graça, que são favores imerecidos, que recebemos livre e gratuitamente de Deus.
Cristo fez tudo o que era necessário para sermos livrados do pecado e da condenação eterna, e agora Deus pode nos oferecer livre e gratuitamente a salvação, sem que seja exigida qualquer obra de nossa parte, a não ser a nossa fé nEle.
Esta salvação, que recebemos deve ser desenvolvida (crescer, amadurecer) pela nossa obediência à verdade, porque foi para este fim que fomos salvos, e isto deve ser feito principalmente pelas boas obras de justiça que Deus preparou desde antes que houvesse mundo, para que as praticássemos e vivêssemos nelas, em demonstrações, principalmente, do nosso amor ao próximo.
Satanás continua operando nos filhos da desobediência, ou seja, nos que tal como nós, antes de sermos tornados filhos da obediência pela nossa identificação com Cristo, também éramos, pela condição de sermos descendentes do desobediente Adão, a cabeça rebelde da raça humana natural.
O grande amor de Deus pelos Seus eleitos faz com que Ele não perca a nenhum deles, de maneira que todos encontrarão a salvação, conforme afirmam as Escrituras em João 6.39 e em II Pe 3.9.  
Este é o trabalho da graça com a qual somos salvos.
Não inclui nada de nós mesmos senão o ato voluntário de nos entregarmos a Deus, porque até mesmo a fé e o arrependimento, que são necessários à salvação, também são recebidos dEle, pela Sua graça e misericórdia manifestadas a nós.
Por isso se diz no verso 5: “pela graça sois salvos”, e no verso 8: “pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Tendo sido salvos pela graça, Deus nos colocou na condição de ressuscitados juntamente com Cristo, porque pela fé nos tornou participantes, tanto da Sua morte na cruz, para a nossa redenção, quanto da Sua ressurreição, para a nossa justificação, regeneração, santificação e glorificação; porque morremos em Cristo, para podermos participar da plenitude da Sua vida, como se afirma no verso 6.
Por isso se diz no mesmo verso que Deus nos assentou nas regiões celestiais em Cristo Jesus.
Isto indica uma posição de descanso espiritual que foi alcançada nEle, por meio dEle, isto é, a de termos acesso às coisas celestiais, as quais jamais poderíamos alcançar sem Cristo.
Na comunhão com Ele temos sido feitos participantes destas realidades celestiais, espirituais e divinas.
Deus fez tudo isto para mostrar por toda a eternidade a grandeza e supremacia da riqueza da Sua graça, por meio da bondade que demonstrou para conosco, pecadores, em Cristo Jesus, salvando-nos inteiramente pela Sua graça, por meio da fé, e concedendo-nos tudo isto como um dom, um presente que Ele nos deu gratuitamente, como se afirma nos versos 7 e 8.
Diante disto, a terra e os céus proclamarão para todo o sempre: “Deus é verdadeiramente bom e misericordioso”. “Quão grande é a Sua bondade e misericórdia”. “A Ele somente todo o louvor e toda a glória, e ações de graças pelos séculos dos séculos. Amém!”.
Afinal, tem exibido todo o Seu amor e misericórdia, adotando pecadores falhos, imperfeitos, errados, transgressores da Sua vontade,  como Seus filhos, e transformando-os pacientemente à exata imagem de Jesus, os quais somos nós, os que cremos em Cristo como nosso Senhor e Salvador.
Se houvesse alguma participação meritória do homem na salvação por alguma obra que fosse necessária que o homem praticasse pela sua própria capacidade para que fosse salvo, toda esta glória devida a Deus teria que ser repartida com o homem, e já não seria mais pela exclusiva graça e misericórdia de Deus, e o homem teria pelo menos algo em que se gloriar, como Paulo afirma no verso 9; mas estaria ao mesmo tempo pisando no sangue do sacrifício que Jesus derramou pelos pecadores.
E como toda glória humana está contaminada pelo pecado do orgulho, graças a Deus que em Sua infinita sabedoria planejou nos salvar deixando toda a glória para o Seu Filho Jesus Cristo que fez todo o trabalho da nossa salvação.
As boas obras se seguirão à salvação, mas não terão nenhuma participação nela, para que continue sendo um dom gratuito de Deus para nós.
Deus é justo e importa que sejamos justos pela prática da justiça.
Se fomos criados pela graça em Cristo Jesus, o qual é justo, então devemos viver da mesma maneira justa como Ele viveu, como se vê no verso 10.
   Os gentios eram chamados pelos judeus de incircuncisão, porque nos dias do Velho Testamento, as nações pagãs não recebiam a revelação direta de Deus, que era feita somente à nação de Israel.
Desta forma os gentios das demais nações não tinham esperança, porque eram estranhos aos pactos que Deus havia feito com Israel, e viviam sem o conhecimento do Deus verdadeiro, porque este somente é possível por um ato de revelação do próprio Deus a nós, como se afirma nos versos 11 e 12.
Daí ter o Senhor declarado através do profeta Isaías que estenderia a Sua mão e se revelaria a um povo que não procurava por Ele, porque não O conhecia, como lemos em Is 65.1.
Ele se manifestaria a eles, em todas as nações, através da pregação do evangelho de Cristo, tal como Paulo havia feito com os efésios, e muitos deles alcançaram a salvação porque o Senhor se revelou a eles.
Foi o sangue de Jesus que derrubou a barreira de separação que havia no Velho Testamento entre judeus e gentios. Porque este sangue derramado na cruz é o sangue que selou uma Nova Aliança, um Novo Pacto que seria feito não somente com Israel, mas com todas as nações da terra, porque era este o caráter da promessa que Deus fez a Abraão se abençoar todas as nações da terra no seu descendente, que é Cristo.
Jesus revogou a Antiga Aliança quando morreu na cruz, a qual Paulo chama no verso 15 de “lei dos mandamentos contidos em ordenanças”.
Ele não revogou a lei, porque disse que não veio revogar a lei e os profetas, fazendo com isto uma referência às Escrituras do Velho Testamento, mas efetivamente revogou a Antiga Aliança, para que entrasse em vigor a Nova, instituída no Seu sangue.
Certamente os mandamentos cerimoniais da Lei também foram revogados porque todos eles apontavam em figura para o próprio Cristo e se cumpriram totalmente nEle.
Hoje, tanto judeus quanto gentios são chamados a se aproximarem de Deus com base na Nova Aliança, e de ambos, Deus fez um só povo, de maneira que o verdadeiro Israel de Deus é composto agora somente por aqueles que pertencem a Jesus Cristo, conforme foi planejado por Deus desde antes que houvesse mundo, e conforme havia revelado e prometido a Abraão, antes mesmo de formar o povo de Israel através de Jacó, como se lê nos versos 13 a 18.
Paulo foi designado para ser apóstolo dos povos gentios.
A palavra gentio significa estranho.
Por isso ele fez um jogo de palavras dizendo que os efésios não eram mais estrangeiros, ou seja, gentios, estranhos a Deus, nem forasteiros, que fossem assim estranhos à comunidade dos santos e da família de Deus, porque foram colocados por Deus em Jesus Cristo para serem edificados nEle.
Jesus é o alicerce, o fundamento do grande templo espiritual que Deus está construindo nEle, no qual os cristãos são as pedras vivas deste edifício.
Paulo chama Jesus da maneira pela qual Ele fora designado pelos profetas, isto é, por pedra de esquina, rocha.
Os profetas e os apóstolos foram chamados e inspirados por Deus para produzirem, respectivamente, as Escrituras do Velho e do Novo Testamento, às quais Paulo chama de fundamento, porque é de fato o fundamento da verdade.

Foi neste fundamento do qual Jesus é a pedra de esquina que os efésios foram edificados, e portanto estavam sendo construídos neste grande e glorioso edifício espiritual que é a Igreja, e que manifestará toda a Sua plenitude por ocasião da volta do Senhor, quando estará completa a sua construção, para que seja um templo espiritual eterno para a morada de Deus no Espírito, como se vê nos versos 19 a 22.    


“1 Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
2 nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência,
3 entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais.
4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
5 estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo - pela graça sois salvos,
6 e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus,
7 para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus.
8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus;
9 não vem das obras, para que ninguém se glorie.
10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.
11 Portanto, lembrai-vos que outrora vós, gentios na carne, chamados incircuncisão, por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, feita pela mão dos homens,
12 estáveis naquele tempo sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos pactos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.
13 Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.
14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade,
15 isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo homem, assim fazendo a paz,
16 e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade;
17 e, vindo, ele evangelizou paz a vós que estáveis longe, e paz aos que estavam perto;
18 porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.
19 Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus,
20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina;
21 no qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor,
22 no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.”





Efésios 3

Em face das coisas que havia dito nos capítulos anteriores, Paulo orou em favor da consagração e amadurecimento espiritual dos efésios, de maneira que pudessem compreender e conhecer, na comunhão com todos os demais santos, de modo experimental, toda a dimensão destas realidades espirituais às quais ele havia se referido, e assim poderem conhecer de forma viva e prática, por experiência pessoal, em intimidade espiritual, qual é o amor de Cristo que não pode ser compreendido inteiramente pela mente natural, porque é espiritual e excede toda a capacidade de entendimento natural humano, de maneira que assim fossem cheios de toda a plenitude de Deus, conforme lemos nos versos 18 e 19.
Esta maturidade espiritual havia sido alcançada há muitos anos antes pelo próprio Paulo, porque ele havia se consagrado inteiramente à vontade de Deus, e por isso chamava agora os cristãos efésios a fazerem o mesmo, seguindo o seu exemplo.
Os cristãos tessalonicenses foram elogiados por Paulo, quando ele escreveu a sua primeira epístola dirigida à Igreja de Tessalônica, quanto à maturidade que eles haviam alcançado em cerca de seis meses, desde a conversão deles, porque estavam dando bom testemunho de Cristo, sendo missionários para o mundo, tendo recebido o evangelho debaixo de grande perseguição e tribulação, e ainda assim perseveravam firmes na fé, alegres e exultando no Espírito Santo.
Isto comprova que não há que se esperar muito tempo para crescer espiritualmente, senão que isto depende inteiramente do grau da nossa consagração e obediência a Deus, perseverando na doutrina dos apóstolos tal como haviam permanecido os tessalonicenses e todos os cristãos da Igreja Primitiva, conforme se vê no relato do livro de Atos.
Se não podemos operar o crescimento espiritual, porque é fruto do trabalho da graça, no entanto podemos contribuir para a aceleração deste trabalho, conforme é da vontade de Deus, e vemos nestas palavras de Paulo, através da consagração e da oração, para que Ele efetue este trabalho em nós, despojando-nos dos feitos do velho homem, e revestindo-nos mais e mais da nova criatura em Cristo Jesus que somos agora, pela fé nEle.
Era por causa disto que Paulo se colocava de joelhos em favor de todas as igrejas, para que a plenitude de Cristo fosse formada nos cristãos, conforme vemos em suas palavras neste capítulo, quando começa dizendo no verso 1 “Por esta razão, eu, Paulo”, e abre um parêntesis para falar da autoridade apostólica que recebeu de Deus para anunciar estas verdades do evangelho, e retoma a continuidade destas palavras iniciais do primeiro versículo, a partir do verso 14 onde diz que se colocava de joelhos diante do Pai para orar em favor dos efésios.
Ele o fazia com autoridade e com convicção de que suas orações seriam eficazes porque havia sido constituído por Deus para isto.
No entanto, a eficácia destas orações dependeria da consagração dos efésios à vontade de Deus, e é por isso que ele declarou a eles que não lhes estava ordenando coisas de sua própria iniciativa e vontade, mas por ter sido encarregado por Deus para a edificação da Sua Igreja.
Ele foi levantado por Deus como ministro da dispensação da graça, para revelação do mistério de Cristo conforme havia recebido diretamente do Senhor para ser pregado e ensinado ao Seu povo, como se lê nos versos 2 a 4.
Jesus havia se manifestado na carne em Seu ministério terreno, mas prosseguiu se manifestando aos homens pelo Espírito Santo, aos santos apóstolos e profetas, revelando que os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho, como se vê nos versos 5 e 6.
Paulo foi constituído ministro do evangelho porque o dom da graça havia também operado poderosamente nele próprio salvando-o e preparando-o para esta missão, apesar dele se considerar o menor dos santos, porque havia perseguido a Igreja antes da sua conversão, mas Deus havia lhe escolhido desde o ventre para ser o apóstolo dos gentios, para anunciar a eles as riquezas insondáveis de Cristo, e lhes demonstrar qual é a dispensação deste mistério que estava oculto por séculos no coração de Deus, de maneira que este mistério viesse a ser revelado e manifestado por meio da Igreja na presente dispensação, a todos os principados e potestades nas regiões celestes, dando cumprimento ao eterno propósito que Deus fizera em Cristo Jesus, por meio de quem temos ousadia e confiança para poder acessar à presença de Deus, por causa da nossa fé nEle, como se vê nos versos 7 a 12.
 Paulo estava preso por causa deste glorioso evangelho, e portanto, os efésios não deveriam ficar desanimados por causa das tribulações que o apóstolo estava sofrendo por amor a eles, porque isto era motivo para glória e não para vergonha, como ele afirma no verso 13.
A compreensão do mistério de Cristo, pela iluminação do Espírito Santo somente poderia ocorrer se os efésios fossem fortalecidos com o poder do Espírito no homem interior, por um trabalho exclusivo e poderoso da graça de Deus, e para que isto fosse conseguido seria portanto necessário orar, e era o que Paulo estava fazendo para que tal revestimento de poder do Espírito acontecesse com os efésios, como lemos nos versos 14 a 16.
É assim que Cristo habita nos nossos corações, de maneira que todos os santos na Igreja estejam enraizados e bem fundamentados no amor de Deus, como Paulo afirma no verso 17.
Não somente Paulo deveria orar para que isto acontecesse, mas todos os cristãos efésios deveriam orar em tal sentido, sabendo que Deus é poderoso para fazer tudo mais abundantemente, além do que pedimos ou pensamos, por causa do Seu poder que opera em nós.
Veja que estas petições citadas no verso 20 são específicas, relativas a este fortalecimento do homem interior pelo Espírito Santo para o cumprimento do propósito de Deus através das nossas vidas, e não para atender aos desejos e paixões das almas dos cristãos, os quais, a propósito devem ser mortificados pela cruz.
Sabendo que somente Deus pode fazer este trabalho, e que Ele vinha operando poderosamente nos efésios, Paulo exultou em espírito pedindo que toda a glória fosse dada a Deus na Igreja e em Jesus Cristo, por todas as gerações e para todo sempre. Amém.


“1 Por esta razão eu, Paulo, o prisioneiro de Cristo Jesus por amor de vós gentios,
2 se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada;
3 como pela revelação me foi manifestado o mistério, conforme acima em poucas palavras vos escrevi,
4 pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo,
5 o qual em outras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como se revelou agora no Espírito aos seus santos apóstolos e profetas,
6 a saber, que os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho;
7 do qual fui feito ministro, segundo o dom da graça de Deus, que me foi dada conforme a operação do seu poder.
8 A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar aos gentios as riquezas inescrutáveis de Cristo,
9 e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou,
10 para que agora seja manifestada, por meio da igreja, aos principados e potestades nas regiões celestes,
11 segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor,
12 no qual temos ousadia e acesso em confiança, pela nossa fé nele.
13 Portanto vos peço que não desfaleçais diante das minhas tribulações por vós, as quais são a vossa glória.
14 Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai,
15 do qual toda família nos céus e na terra toma o nome,
16 para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior;
17 que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em amor,
18 possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
19 e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus.
20 Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,
21 a ele seja glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.”








Efésios 4

Paulo estava orando em favor do aperfeiçoamento espiritual dos efésios, para que fossem fortalecidos com poder no homem interior, e agora ele os chamou a viverem de modo digno da vocação deles, como vemos no verso 1.
Ele lhes mostrou em que consistia este viver com poder no homem interior, e quais seriam os frutos espirituais de uma tal forma de viver.
Se eles estivessem de fato andando no Espírito e sendo fortalecidos pela graça do Espírito, eles produziriam conseqüentemente o fruto do Espírito, o qual seria manifestado de modo prático no seu viver.
Isto se traduziria então em viverem com toda a humildade, mansidão, longanimidade e suportando-se uns aos outros em amor, sendo diligentes em todo o esforço, para preservarem a unidade do Espírito Santo pelo vínculo da paz, como se lê nos versos 2 e 3.
Os cristãos devem ser de um mesmo sentir e pensamento, especialmente na obra de Deus, porque é um só e o mesmo Espírito que opera em todos, e que tudo faz.
A Igreja é por isso um só corpo, e a esperança dos cristãos quanto à chamada deles é a mesma.
O Senhor é um, a fé é a mesma, e o mesmo batismo e um só Deus, que é o Pai comum de todos os cristãos, e que tem a primazia sobre todos os cristãos, e que age por meio de todos eles, porque está em todos os Seus filhos, em espírito, como lemos nos versos 4 a 6 deste quarto capítulo.
Então como podem os cristãos, diante disto, estarem divididos?
Como podem professar uma fé diferente da única que existe?
Como podem manifestar uma vida diferente se todos foram batizados na mesma morte e ressurreição de Cristo?
De maneira que a vida ressurrecta que opera neles é a mesma vida que receberam do alto pelo poder e habitação do Espírito Santo.
A chamada deles por Deus para viverem em unidade implicará portanto em muitas renúncias para que possam viver de fato de modo digno da vocação deles.
Terão portanto que serem humildes e se amoldarem às coisas humildes, conforme o exemplo que lhes foi dado por Cristo, e pelos cristãos da Igreja Primitiva de Jerusalém, os quais viviam como uma só alma, tendo tudo em comum união.
A preservação desta unidade no Espírito pelo vínculo da paz, demandará portanto a tomada de atitudes, ou seja, aquelas atitudes fundamentais cristãs que adornam a fé, como por exemplo, o  amor ágape, a humildade, mansidão, longanimidade, bondade e o perdão.
O cristão não foi chamado a falar bem disto, mas para viver isto, de maneira que se exige muito mais dele do que simples aprovação das virtudes de Deus.
Eles são chamados por Deus a se esforçarem, diligentemente, para viverem em unidade em amor, humildade, longanimidade, mansidão, e  na paz de Cristo.
Veja que se diz esforço diligente. Isto significa muito empenho, muita dedicação, especialmente em oração e serviço consagrado a Deus.
Se é necessário esforço diligente, então se conclui que não é fácil viver de tal maneira, e que é muito fácil perder tais coisas, caso não sejamos diligentes.
Em resumo, os cristãos devem se esforçar pela unidade da fé, de maneira prática em suas vidas.
Em sentido prático, o amor mútuo dos cristãos deve se expressar em auxílio e socorro de uns pelos outros, especialmente para que sejam edificados na verdade.
 O primeiro passo para a unidade é a humildade; sem isto não haverá nenhuma mansidão, nenhuma paciência, longanimidade; e sem estas não há nenhuma unidade.
O orgulho quebra a paz, e produz toda sorte de dano.
A humildade e  a mansidão restabelecem a paz, e a preservam.
Pelo orgulho vem a dissensão e a contenda; mas pela humildade vem o amor.
Agora, como dissemos antes, isto deve provir do Espírito. Estas virtudes são celestiais e não se encontram na nossa natureza.
Nós a recebemos do alto pelo Espírito, quando andamos no Espírito. É assim que se tem o fruto do Espírito, que é composto por estas virtudes divinas.
Logo, se os cristãos não estiverem andando no Espírito eles não podem ter esta unidade e paz. Eles não estarão num só querer e sentir quando se reunirem para adorar a Deus, porque isto é possível somente quando se está debaixo da influência e poder do Espírito.
Por isso somos chamados a nos esforçar para manter a unidade do Espírito no vínculo da paz.
Isto significa que teremos que renunciar à nossa própria vontade, ao nosso ego, de maneira que sejamos dirigidos pelo Espírito.
Daí se entende a razão de Jesus ter dito que deveríamos tomar a nossa cruz, negar-nos a nós mesmos para poder segui-lO.
Cristãos que vão para os locais de adoração não estando dispostos a renunciar ao ego deles, jamais poderão contribuir portanto para que se promova esta unidade espiritual que é tão desejada por Deus e que dá à Igreja poder para fazer a Sua obra e vontade.
É onde há unidade entre os irmãos que Deus derrama o óleo da unção do Espírito, e é ali que Ele decreta a Sua bênção.
Ele jamais honrará a divisão agindo com poder na congregação.
Sempre haverá aquele sentimento de quebra, de vazio espiritual, por causa dos cristãos carnais que não admitem submeter suas vontades à do Espírito e à Palavra de Deus.
Eles continuarão resistindo ao Senhor e à Sua Palavra por causa das suas próprias imaginações que eles geraram por suas próprias convicções, e pela falta de revelação da verdade aos seus espíritos pelo Espírito Santo, por causa da rebeldia deles, que traz prejuízos não somente a eles próprios, como ao avanço do reino de Deus, através da unidade da Igreja.
Estas resistências devem ser demolidas primeiro, e todo pensamento deve ser trazido cativo à obediência de Cristo, para que se possa ver uma obra de Deus sendo efetivamente realizada na nossa congregação (reunião, ajuntamento).
Sabendo entretanto que nem todos terão a mesma estatura espiritual na Igreja, porque a cada um a graça foi dada conforme a medida que Cristo estabeleceu para cada cristão para lhe ser dada como um dom, como se vê no verso 7.
Estes dons espirituais que são distribuídos pelo Espírito Santo, e todas as demais graças espirituais, que são concedidas aos cristãos  como um dom gratuito, que recebem por causa de Cristo, lhes foram concedidos porque Ele não somente levou cativo, ou seja, suspendeu e prendeu aquilo que nos prendia, a saber, a escravidão ao pecado, ao diabo e à morte, como também nos concedeu estes dons pela Sua graça, como se vê nos versos 7 e 8.
Como Cristo ascendeu aos céus depois da Sua ressurreição, isto prova que Ele havia descido do mesmo céu à terra, tendo ido inclusive em espírito pregar a vitória da cruz aos espíritos rebeldes que haviam sido condenados pelas águas do dilúvio nos dias de Noé, e dali subiu para ser glorificado pelo Pai nos céus, para poder derramar o dom do Espírito Santo a partir do dia de Pentecostes, em Jerusalém, e fundar a Sua Igreja em todas as partes do mundo (v. 9, 10).
Para isto Ele constituiu apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres e os deu à igreja para que os santos fossem aperfeiçoados espiritualmente para o desempenho dos seus respectivos ministérios, de maneira que a Igreja seja edificada como corpo, o Seu próprio, como se afirma nos versos 11 e 12.
  Não foi portanto a Igreja que foi dada aos ministérios, mas estes que foram dados por Cristo à igreja, de maneira que todos, estando vinculados em amor, cheguem à unidade da fé e ao pleno conhecimento experimental do Filho de Deus, por atingirem a estatura de um perfeito adulto espiritual, que é segundo a medida da estatura da plenitude de Cristo, ou seja, que tem em Cristo o seu modelo e exemplo até o ponto em que deve crescer, e não no homem, como lemos no verso 13.
É somente quando se atinge este amadurecimento espiritual que se deixa de ser menino na fé, bebê em Cristo, cristão carnal, transformando-se em cristão espiritual, que tudo discerne e de ninguém é discernido, senão pelos que são também espirituais.
Quando se atinge a maturidade espiritual o cristão se torna uma coluna na casa de Deus, que é a Igreja, porque já não poderá ser desviado da sua firmeza de fé por qualquer vento de falsa doutrina, engendrada pela astúcia e fraudulência dos homens, que maquinam o erro; ao contrário eles crescem mais e mais em tudo, seguindo a verdade em amor, nAquele que é a cabeça da Igreja, a saber, Cristo, como lemos nos versos 14 a 15.
Fora de Cristo, da comunhão com Ele, não é possível haver tal crescimento harmonioso de todos os membros da Igreja.
Por isso eles necessitam permanecer nEle para que seja operada esta justa cooperação de cada membro do Seu corpo, para que seja efetuado este crescimento para a edificação da Igreja em amor, como se vê no verso 16.
Quão verdadeiras e reais são estas palavras do apóstolo, e o quanto elas têm se comprovado ao longo de toda a história da Igreja, porque é somente quando se vive de modo digno da nossa vocação que podemos ver este crescimento espiritual sendo realizado pela graça do Senhor na Igreja.
É isto que distingue congregações de congregações, porque ainda que sejam formadas por verdadeiros filhos de Deus, há de se ver crescimento espiritual naquelas em que os cristãos estejam perseverando na obediência à doutrina dos apóstolos.
Uma vez que os cristãos foram feitos filhos de Deus e fazem parte da Sua família, constituindo as pedras vivas do mesmo edifício espiritual que devem estar bem ajustadas umas às outras; sendo membros de um só corpo debaixo da mesma Cabeça, eles devem definitivamente se desligar do seu antigo modo de viver, com seus hábitos e costumes carnais que são inteiramente contrários à nova vida que eles têm agora em Cristo.
As coisas antigas já passaram porque são novas criaturas em Cristo Jesus.
As coisas antigas já ficaram para trás à vista de Deus e devem ficar à própria vista deles. Eles devem portanto romper com as coisas velhas do passado, relativas ao seu antigo modo de vida.
Esta nova vida deve começar pela renovação progressiva da mente, especialmente quanto à fixação do pensamento que deve ser deixada toda forma de impureza, porque isto predominava quando não se tinha conhecimento de Deus e da Sua vontade, agora revelada por Cristo e pelos Seus apóstolos a nós, em confirmação da santidade que Deus exige do Seu povo, desde a criação do mundo, e conforme revelado a partir do Velho Testamento.
 Não é somente pela razão e por palavras que se pode aprender esta verdade relativa ao abandono de toda forma de impureza, porque é o que se vive e se sente quando se está em comunhão com Cristo, porque o Espírito Santo nos purifica de toda impureza.
Deste modo, o cristão deve se despojar do seu procedimento anterior, do velho homem, o qual se corrompe pelos desejos do engano e que não pode se firmar na verdade.
Paralelamente a isto deve haver uma renovação progressiva do espírito, a qual começa pela renovação da mente, fazendo com que ela esteja a serviço do Espírito Santo e não do velho homem, estando ricamente habitada pela Palavra de Deus, em pensamentos espirituais, celestiais e divinos, e que se concentram portanto em tudo o que  é, verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, e que seja de boa fama, e que tenha alguma virtude ou louvor, como lemos em Fp 4.8.
 É assim que se reveste do novo homem que foi criado segundo Deus em verdadeira justiça e santidade, de maneira que toda mentira deve ser deixada, e somente a verdade deve ser usada com o nosso próximo, porque os cristãos são membros uns dos outros, como lemos nos versos 17 a 25.

Toda forma de ira injustificada, a saber, que não seja pelo pecado, deve ser deixada, de maneira que não pequemos por causa de um mau temperamento.
E mesmo esta ira justificada não deve se transformar em ressentimento, de maneira que não devemos nos deixar dominar por ela a não ser por um breve tempo, de maneira que retornemos à paz de espírito e calma de mente, que devem ser achadas permanentemente no nosso viver, no verso 26.
Com um coração longânimo e perdoador, e não vivendo na prática da impureza, e renovando a nossa mente segundo aquilo que procede de Deus, não daremos oportunidade ao diabo de levar vantagem sobre nós roubando a nossa boa firmeza em Cristo, no verso 27.
Os cristãos não devem praticar qualquer forma de furto, mas devem trabalhar naquilo que é bom para que tenham sustento e o que repartir com os necessitados, no verso 28.
 Não devem falar senão aquilo que seja bom e necessário para a edificação pessoal e mútua, ministrando graça aos que os ouvem. Para isto nunca deverão falar palavras torpes e vãs, no verso 29.
A desconsideração destas recomendações, e a falta de empenho na prática de um viver segundo a verdade revelada nesta epistola, entristece o Espírito Santo, com o qual fomos selados para o dia da nossa redenção, quando da volta do Senhor.
De maneira que este ato de entristecer o Espírito apaga o fogo do Espírito que é sumamente necessário para que possamos viver tudo o que nos foi ordenado por Deus, como lemos no verso 30.
Por isso, toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia, bem como toda forma de malícia,  deve ser definitivamente arrancada do nosso meio, como vemos no verso 31.
Em vez destas coisas que Deus abomina, nós devemos ser bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-nos uns aos outros, como também Deus nos perdoou em Cristo, como lemos no verso 32.
A medida de fé é diferente de cristão para cristão.
A medida de graça é recebida por cada um deles conforme o dom de Cristo.
Mas a medida de pureza deve ser a mesma, independente da estatura espiritual de cada cristão.
Tanto o copo pequeno quanto o copo grande devem estar inteiramente limpos pelo Espírito, mediante o sangue de Cristo, para o uso de Deus.

 Os cristãos devem ser amáveis mutuamente, e não poderão portanto viver isto caso se deixem vencer por um espírito de impureza, gritarias, iras, mentiras e tudo o mais que é incompatível com o Espírito de Cristo.


“1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
3 procurando diligentemente guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz.
4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
5 um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos.
7 Mas a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo.
8 Por isso foi dito: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.
9 Ora, que quer dizer subiu, senão que também desceu às partes mais baixas da terra?
10 Aquele que desceu é também o mesmo que subiu muito acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
11 E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres,
12 tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo;
14 para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro;
15 antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
16 do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor.
17 Portanto digo isto, e testifico no Senhor, para que não mais andeis como andam os gentios, na vaidade da sua mente,
18 entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;
19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, entregaram-se à lascívia para cometerem com avidez toda sorte de impureza.
20 Mas vós não aprendestes assim a Cristo.
21 se é que o ouvistes, e nele fostes instruídos, conforme é a verdade em Jesus,
22 a despojar-vos, quanto ao procedimento anterior, do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;
23 a vos renovar no espírito da vossa mente;
24 e a vos revestir do novo homem, que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e santidade.
25 Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros.
26 Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira;
27 nem deis lugar ao Diabo.
28 Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tem necessidade.
29 Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas ó a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem.
30 E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.
31 Toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a malícia.
32 Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.”.





Efésios 5

Tão importante para uma vida de poder com Deus é a prática das coisas que Paulo havia ordenado aos cristãos no capitulo anterior, que ele as reafirma neste quinto capitulo, para reforçar principalmente que não é possível ter uma vida de comunhão com Deus e uns com os outros, enquanto se vive debaixo do governo dos desejos e paixões da alma, os quais são vencidos pela crucificação da carne por um andar no Espírito, como se vê em Gál 5.24, 25.
Sem a crucificação da carne para a supressão destes desejos e paixões não é possível um viver e andar no Espírito.
Por isso Paulo é tão repetitivo, expressivo e incisivo nas afirmações que fez quanto à necessidade de se deixar definitivamente para trás todos os maus hábitos do passado que caracterizavam nossas vidas antes da conversão, como ele nos diz nos versos 3 e 4 deste quinto capítulo:
“3 Mas a prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos,
4 nem conversação torpe, nem conversa tola, nem gracejos indecentes, coisas essas que não convêm; mas antes ações de graças.”
  Veja que ele disse que nem sequer deveríamos falar sobre prostituição, toda forma de impureza ou cobiça, quanto mais nos entregarmos à sua prática.
E prosseguiu mostrando o tipo de conversação que convém a santos, a saber, que não seja torpe, tola, com gracejos indecentes. Ele disse que nada disto convém a santos, senão ações de graças.
O modo de se conseguir isto, de se viver de tal maneira, foi dito por ele nos dois primeiros versos deste capitulo:
“1 Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados;
2 e andai em amor, como Cristo também vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.”.
É sendo imitadores de Deus, da Sua santidade, amor, justiça, bondade e de todas as Suas virtudes, e estando dispostos a Lhe oferecer nossas vidas como sacrifícios vivos e santos que Lhe sejam agradáveis, assim como Cristo se entregou a Si mesmo à vontade do Pai por amor a nós.

Jesus disse que nós devemos ser misericordiosos assim como Deus é misericordioso, e perfeitos, assim como Ele é perfeito.
Isto significa que nada disto será possível sem uma verdadeira consagração a Deus e submissão à Sua vontade.
É fácil entender porque toda forma de impureza e de pecado devem ser deixados pelos cristãos para se revestirem de um modo santo no viver deles.
É porque será exatamente por causa destas impurezas e pecado que Deus condenará eternamente ao inferno aqueles que não foram justificados e purificados destas coisas pelo sangue de Jesus.
O salário do pecado é a morte em todas as suas formas: física, espiritual e eterna.
É por causa do pecado que há condenação e morte.
Como podem então os cristãos abrigar a idéia de que podem viver no pecado, e ao mesmo tempo agradarem a Deus?
Por isso o apóstolo disse nos versos 5 a 7:
“5 Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.
6 Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.
7 Portanto não sejais participantes com eles;”.
Tais palavras dispensam maiores comentários.
Lembramos somente que ele disse que nenhum, devasso, impuro ou avarento tem herança no reino de Cristo e de Deus, e como poderíamos esperar as bênçãos de Deus, enquanto vivemos seguindo a inclinação da carne ainda que não em devassidão ou avareza, mas em impureza?
Deus nos criou para vivermos no Seu amor, e a prova de que O amamos está no fato de guardarmos os Seus mandamentos, obedecendo a Sua vontade, de forma livre, amorosa e voluntária, no Espírito.
Onde falta isto, há rebelião, inimizade contra o Senhor, e justo Juiz que é, não poderá deixar seus praticantes na impunidade.
Ele se mostrará longânimo e continuará manifestando o Seu favor e graça somente àqueles que ainda que errados, ignorantes e imperfeitos, desejam sinceramente conhecer e fazer a Sua vontade, e que nunca usam a imperfeição e fraqueza deles como justificativa para continuarem errando e na prática deliberada do pecado.
É necessário compromisso com Deus, com Sua obra, com a Igreja, na determinação de fazer a Sua vontade, porque onde isto não for achado o pecado prevalecerá, e conseqüentemente o desagrado e desaprovação do Senhor.
Paulo diz ainda no verso 6 que não nos deixemos enganar por ninguém que venha justificar a prática de tais impurezas, e pecados, usando de palavras vãs.
Deus por acaso aprovaria o nosso mau procedimento dando-nos um viver abençoado, e fazendo uma obra do Espírito Santo através de nós?
Ninguém se iluda querendo fazer um evangelho diferente do único evangelho que existe e que nos foi revelado por Cristo e pelos seus apóstolos.
Se desejarmos ter um viver de vitória em Deus, é necessário obedecer estas coisas que nos são ordenadas, e nos empenharmos para sermos achados santos e irrepreensíveis na presença de Deus.
Nós não somos mais as trevas que éramos no passado, e se somos luz no Senhor, devemos andar como filhos da luz, porque a iluminação do Espírito na nossa vida, e da nossa vida para os outros, não pode se manifestar se não andarmos na verdade, nesta luz que não é da terra, mas do céu.
Paulo está dizendo o mesmo que o apóstolo João diz no primeiro capítulo da sua primeira epístola. Há concordância no ensino deles porque é a mesma verdade que nos convém obedecer conforme é da vontade de Deus, como se afirma no verso 8.
  Este andar na luz tem o seu próprio fruto que é toda bondade, justiça e verdade, e tudo aquilo que é agradável ao Senhor, como vemos nos versos 9 e 10.
Deste modo não pode haver comunhão entre luz e trevas, e isto impõe aos cristãos que não podem mais viver em sociedade com as obras infrutíferas das trevas; ao contrário devem rejeitá-las e reprová-las porque esta é a vontade de Deus para com os Seus filhos, como se afirma no verso 11.
Os cristãos não podem viver em comunhão com os ímpios. Eles não podem participar das mesmas obras deles. Eles foram resgatados do meio deles para viverem na luz e não mais nas trevas.
As obras das trevas são geralmente feitas em oculto, o que comprova que são condenáveis, de outra sorte seriam feitas claramente.
Elas são vergonhosas em sua própria natureza. E assim são condenadas quando manifestadas pela luz, como se lê nos versos 11 a 13.
Aqueles que se levantarem entre estes que estão no mundo, dormindo o sono da morte, por causa das trevas em que vivem, serão iluminados por Cristo, de maneira que poderão ser transportados das trevas para a Sua luz, como Paulo afirma no verso 14.
Os cristãos devem portanto ajudar tais pessoas a saírem das trevas em que elas se encontram e não irem para as trevas em que elas estão.
Importa que venham para a luz, e aqueles que Deus mover para saírem das trevas e que se submeterem a esta ação divina, devem ser ajudados pelos cristãos, tal como Pedro ajudou Cornélio no passado.
  Não temos a missão de obrigar as pessoas a virem para a luz de Cristo, até mesmo porque muitos permanecerão como escarnecedores do evangelho por toda a sua vida, e a eles se aplica o mandamento de Cristo que não devemos lançar nossas pérolas e coisas santas aos cães e aos porcos, porque desprezarão e pisarão estas pérolas e coisas santas.
Não devemos portanto fazer um uso inadequado das coisas de Deus.
Mas a todo que vier voluntariamente a se colocar debaixo da pregação do evangelho, e a se interessar pelas coisas do reino de Deus, devemos prestar o nosso auxílio em amor para que possam também vir para a luz do Senhor.
Por isso devemos discernir bem todas as coisas, e ser cuidadosos com nossa própria vida pessoal e bom testemunho em Cristo, de maneira que agindo como sábios, e não como néscios, possamos aproveitar cada oportunidade de fazer o bem, sabendo entretanto que os dias são maus, e não devemos ser insensatos por não conhecer qual seja a vontade de Deus, em tudo o que fizermos, especialmente no testemunho que damos de Cristo a outros, como vemos nos versos 14 a 17.
Para um tal discernimento como este é preciso estar cheio do Espírito Santo, e não há medida para este enchimento, que deve ser renovado e aumentado em cada dia, como se afirma no verso 18.
Isto se faz estando sóbrios, no domínio de todas as nossas faculdades, e não dispersivos ou com estados de consciência alterados como quem está, por exemplo, embriagado com vinho.
Este enchimento do Espírito é feito sobretudo na comunhão na Igreja, falando em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor de coração, e sempre dando graças a Deus por tudo, em nome de Cristo, e sendo submissos mutuamente, por temor a Cristo,
em todas as formas de relacionamento determinadas por Deus, que o apóstolo passou a descrever a partir do verso 22.
Nós dissemos que o enchimento do Espírito Santo é feito sobretudo na comunhão na Igreja, falando em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor de coração, e sempre dando graças a Deus por tudo, em nome de Cristo, e sendo submissos mutuamente, por temor a Cristo,
em todas as formas de relacionamento determinadas por Deus, que o apóstolo passou a descrever a partir do verso 22.
Assim, Paulo começou a descrever a submissão de coração que deve ser encontrada nos cristãos, com o dever de maridos e esposas, dizendo que a esposa deve ser achada em submissão ao seu marido, assim como este deve ser achado em relação  a Cristo, e estabeleceu um paralelo da união do marido com sua esposa, com a que existe entre Cristo e a Igreja.
A esposa deve ser submissa ao marido, como ao próprio Senhor, porque esta é a vontade de Deus para as esposas, como lemos no verso 22.
Ao honrar seu marido e ao Senhor, a mulher cristã também será honrada pelo marido cristão e pelo próprio Deus.  
Sara honrou a Abraão e ao Deus de Abraão, e assim não somente Abraão honrou Sara, como o próprio Deus a honrou, por causa da honra que ela dava a Abraão.
Isto foi comprovado no fato de Deus ter repreendido até mesmo reis, como foi o caso de faraó no Egito, e o rei dos filisteus, que eles chamavam de Abimeleque, pelo que intentaram fazer com Sara.
Deus repreendeu a ambos, não propriamente por Sara, mas por causa de Abraão, e da honra que ela dava ao seu marido, porque honrando a Abraão, estava honrando o próprio Deus, e caso não honrasse o marido, não seria somente ele que ela estaria desonrando, mas aquele a quem Deus honrou com a chamada que lhe fizera.
O mesmo se aplica especialmente às esposas de pastores, porque estes são chamados também de um modo honroso por Deus, tal como foi o caso de Abraão.
E as mulheres que honram seus maridos, especialmente no caso daqueles que são chamados de maneira destacada por Deus, como os ministros do evangelho, devem também receber honra da parte de todos, porque aqueles que a honrarem estarão honrando seus maridos, porque eles são honrados pelo próprio Deus.
A mulher tipifica a Igreja, e o marido tipifica Cristo, de maneira que assim como a Igreja deve estar submetida a Cristo que é a Sua Cabeça, a mulher de igual modo deve ser submissa ao seu marido, porque ele é a cabeça da mulher no matrimônio, como lemos no verso 23 e, 24.
Cristo dever ser honrado por todos, porque Ele honra perfeitamente ao Pai. E de igual maneira a Igreja deve ser honrada por todos, quando ela é verdadeiramente submissa e honra a Sua cabeça que é Cristo.
Assim como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela para santificá-la, de igual modo os maridos devem amar suas mulheres como Cristo amou a Igreja, dando-lhes a provisão necessária tal como eles cuidam dos seus próprios corpos, como lemos nos versos 25 a 29.
Como marido e mulher formam uma unidade, assim como Cristo e a Igreja, o homem deve deixar o lar paterno para se unir à sua mulher formando  uma unidade e uma nova família, porque Deus planejou isto desde o princípio, para servir de ilustração da união que há entre Cristo e a Igreja, como lemos nos versos 30 a 33.
Quando disse que a mulher deve reverenciar o marido no final do verso 33, não está em foco a reverência que é devida a Deus, mas a reverência que honra alguém.
É honrando o marido que a mulher o reverencia do modo que Deus lhe exige.
Lembremos que Paulo está falando da necessidade do cumprimento deste dever da submissão para que sejamos cheios do Espírito Santo.
E ele prosseguiu falando deste assunto no sexto capítulo,  seguinte a este que estamos comentando.
Quando Deus criou o homem à Sua própria imagem e semelhança, o homem estava perfeito sem pecado, e Deus não lhe havia predestinado para cair, senão para estar de pé diante dEle, e para governar, vigiando e guardando o que o Senhor lhe dera, para que não viesse a perdê-lo.
Ao criar a humanidade à Sua semelhança, Deus fez o homem e a mulher e os uniu em casamento, para que fossem um tipo de Cristo, sendo o homem, o esposo, a cabeça; e um tipo da Igreja, a saber, a mulher, a esposa, submissa à cabeça.
Assim o propósito de Deus se cumpre tanto em Cristo quanto na Igreja.
Adão tipificava o Cristo que deveria vir, e Eva tipificava a Igreja que seria formada a partir de Cristo, tal como Eva foi criada a partir de uma das costelas de Adão.
Assim como Adão e Eva estavam ligados pelos laços indissolúveis do matrimônio, de igual modo Cristo está ligado à Igreja.
Por sua vez, todo homem é nascido de mulher, e por isso Deus disse que seria a descendência da mulher que estaria em inimizade contra a descendência da serpente, a saber os que são gerados na Igreja, que estava tipificada em Eva, são aqueles que pisam na cabeça da serpente juntamente com Cristo.
Quando Deus disse que o homem e a mulher deveriam exercer domínio sobre a criação, nós podemos entender que esta palavra se estende principalmente ao domínio de Cristo e da Igreja sobre os principados e potestades.
Satanás deve ser dominado tanto por Cristo quanto pela Igreja, conforme se presume da palavra proferida por Deus para Adão e para Eva no princípio da criação. Por isso se diz que a esposa é uma auxiliadora do marido, e foi criada para tal propósito, assim como a Igreja é a auxiliadora de Cristo.
Assim, se a Igreja não prevalecer tanto quanto Cristo contra o Inimigo, o propósito de Deus para ela não é cumprido.
A guerra de Satanás contra Deus deve ser vencida tanto por Cristo quanto pela Igreja em justa cooperação e comunhão.
O senhorio de Cristo como cabeça da Igreja, deve conduzi-la a triunfar sobre o Inimigo, porque isto foi planejado por Deus desde o princípio.
Como o esposo é inteiramente santo, a esposa deve ser também. Por isso nós lemos em Efésios 5.25 a 27 que:

“Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra,
27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.”

Importa que a igreja seja santa para que tenha poder e assim possa cumprir o propósito de Deus para ela, especialmente de prevalecer contra o Inimigo. Ela deve cooperar com Cristo no Seu trabalho de resgatar os filhos de Deus que Satanás tem trazido em cativeiro.
 Como os propósitos de Deus não podem ser frustrados, então por mais trevas e pecado que haja no mundo, Ele trará à existência, pelo Seu poder uma igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. A esposa que Ele planejou para dar ao Seu Filho deve ser assim, e assim Ele fará com que ela seja pelo Seu próprio poder.
E esta esposa auxiliará a Cristo no Seu trabalho de reinar sobre todas as coisas, porque Deus declarou no princípio que faria uma auxiliadora para Adão, o qual tipificava Cristo. E a auxiliadora, a esposa, sabemos que é a Igreja.  Por isso a Igreja é co-herdeira com Cristo e reinará juntamente com Ele em glória.
Adão e Eva foram unidos por Deus para serem uma só carne. Eles eram pessoas individuais, mas deveriam ser apenas um, com o mesmo propósito e unidade espiritual.
De igual modo a Igreja e Cristo são pessoas distintas, mas todos os membros da Igreja e Cristo devem ser uma unidade, tal como o Pai, o Filho e o Espírito são um. Este propósito em unidade está declarado particularmente em João 17.
Eva foi criada a partir de Adão para formar uma unidade com ele, de maneira a prefigurar que a Igreja seria formada a partir de Cristo para formar também uma unidade com Ele.
Deus determinou ter uma igreja santa e gloriosa, e Ele a terá. Nada poderá impedir o Seu propósito eterno, e isto deve nos animar em prosseguir em nossa santificação, rumo à perfeição espiritual, porque Deus nos criou para este propósito e está operando para que a Sua graça nos conduza a isto.
Deus fez uma Nova Aliança com a Igreja através do sangue do Seu Filho, e Ele jamais anulará a aliança que fez conosco.
Ele nunca nos dará carta de divórcio, porque importa que as bodas do Cordeiro sejam celebradas com a Igreja que está sendo formada, e que depois de completada com todos aqueles que serão salvos pelo Senhor, seja apresentada ao Noivo, santa, sem ruga, gloriosa, para a celebração das bodas no céu, sem qualquer resquício de pecado, sem qualquer sombra do que seja terreno, dando-se cumprimento ao plano eterno de Deus de ter muitos filhos semelhantes a Cristo.
Tal é a unidade de Cristo com a Igreja que Deus deu à Igreja a autoridade de ligar e desligar na terra tudo o que for ligado e desligado no céu. Deu também à igreja autoridade para perdoar ou reter pecados. Isto significa que os propósitos do céu serão cumpridos na terra através da Igreja, porque ela e Cristo são uma unidade.
Jesus está salvando pecadores para edificar a Sua Igreja sobre a Rocha. Os apóstolos tiveram a honra que lhes foi dada por Deus de construírem sobre este fundamento firme como a rocha, que é Cristo.
E a Igreja Primitiva foi uma Igreja vitoriosa porque perseverou unânime na oração, na doutrina dos apóstolos e no partir do pão.
E não somente eles, como todos os movimentos de avivamento que Deus operou e tem operado e que ainda operará na história da Igreja para manifestar através dela, o Seu grande poder e glória.
 Foi assim com Lutero e todos os demais reformadores no século XVI, com os puritanos nos séculos XVI a XVIII, com Edwards, Wesley, Whitefield e tantos outros no século XVIII, com Spurgeon, Moody, e outros no século XIX, com Evan Roberts, Seymor e outros no século XX. E certamente conosco no século XXI. Eles oraram muito para prevalecer com Deus, e nós devemos fazer o mesmo se pretendemos ser cooperadores com a vontade de Deus manifestada na Igreja.
É crucial intensificar nossa comunhão com Cristo, porque é através da comunhão que se estabelece a nossa unidade espiritual com Ele, de maneira que possamos ser santificados e revestidos da Sua glória e poder para o trabalho que deve ser realizado conforme está planejado por Deus.

 Os vencedores que reinarão com Cristo pelos séculos dos séculos são aqueles que perseveram na fé e que se santificam. É somente assim que se pode cumprir o que Deus tem planejado para ser realizado pelo Igreja através da sua comunhão com Cristo.


“1 Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados;
2 e andai em amor, como Cristo também vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.
3 Mas a prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos,
4 nem baixeza, nem conversa tola, nem gracejos indecentes, coisas essas que não convêm; mas antes ações de graças.
5 Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.
6 Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.
7 Portanto não sejais participantes com eles;
8 pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz
9 (pois o fruto da luz está em toda a bondade, e justiça e verdade),
10 provando o que é agradável ao Senhor;
11 e não vos associeis às obras infrutíferas das trevas, antes, porém, condenai-as;
12 porque as coisas feitas por eles em oculto, até o dizê-las é vergonhoso.
13 Mas todas estas coisas, sendo condenadas, se manifestam pela luz, pois tudo o que se manifesta é luz.
14 Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará.
15 Portanto, vede diligentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
16 usando bem cada oportunidade, porquanto os dias são maus.
17 Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
18 E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito,
19 falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração,
20 sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.
22 Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor;
23 porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo.
24 Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a seus maridos.
25 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra,
27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
28 Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
29 Pois nunca ninguém aborreceu a sua própria carne, antes a nutre e preza, como também Cristo à igreja;
30 porque somos membros do seu corpo.
31 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne.
32 Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à igreja.
33 Todavia também vós, cada um de per si, assim ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie a seu marido.”.






Efésios 6

Do primeiro ao nono verso deste capítulo, Paulo continuou apresentando o dever da submissão que é necessária para que sejamos cheios do Espírito, juntamente com os deveres que ele havia apontado para tal propósito, no capitulo anterior.
Depois de ter falado do dever dos maridos em relação às esposas e destas em relação a seus maridos, ele começou este capítulo falando do dever dos filhos em relação a seus pais, nos versos 1 a 3, e dos pais em relação aos filhos,no verso 4.
 Os filhos devem obedecer a seus pais no Senhor, porque isto é justo aos olhos de Deus, porque Ele ordenou a criação de tal forma, sujeitando os filhos aos pais, de maneira que Paulo disse que isto é justo.
É dever dos filhos honrar a seus pais, e o apóstolo lembrou que este foi o primeiro mandamento do decálogo a ter uma promessa associada a ele, a saber, que aqueles que o fizessem receberiam da parte de Deus, vida bem sucedida e longa na terra.
Os pais, por seu turno, têm o dever de criar os filhos na disciplina e admoestação do Senhor, isto é, segundo a Sua vontade e Palavra.
Mas devem fazer isto com amor, paciência e sabedoria, de maneira que em vez de educarem seus filhos nos caminhos de Deus, fazendo com que amem ao Senhor voluntariamente e de coração, eles tão somente os deixem irados com suas exortações desprovidas da verdadeira disciplina que tem por conteúdo a longanimidade e a sã doutrina, como se vê no verso 4.
Dentre as submissões ordenadas por Deus há ainda a dos servos em relação a seus senhores terrenos, os quais devem ser servidos com temor e tremor, com sinceridade de coração, como se fosse ao próprio Cristo, e não obedecendo e trabalhando somente debaixo do olhar dos seus senhores, mas como quem faz de coração a vontade de Deus.
Aqueles que servirem deste modo, ainda que aos maus senhores, receberão do Senhor a devida recompensa, porque estão agindo de boa vontade como servindo a Ele próprio e não como aos homens, como se afirma nos versos 5 a 8.
E os senhores devem lembrar que devem agir com justiça, não oprimindo os seus servos com ameaças, sabendo que ambos têm um Senhor que está no céu, ao qual devem ser submissos, e que não faz acepção de pessoas, isto é, nenhum homem está em melhor condição diante dEle em razão da posição de autoridade que ocupe neste mundo.
Ao contrário, muito se pedirá a quem muito foi dado.
Quem desobedece estas ordenanças tem desobedecido não apenas ao homem, mas sobretudo a Deus que é o autor das mesmas e que tudo criou para existir debaixo de tal ordem.
Paulo estava falando da execução de todos estes deveres para que os cristãos fossem cheios do Espírito Santo, e assim, estando revestidos de poder, pudessem viver de modo agradável a Deus, fazendo sobretudo a Sua vontade nos deveres que tem ordenado à igreja de Cristo, para que cumpra a Sua missão de evangelizar o mundo.

Depois de ter se referido aos deveres de submissão dos cristãos, Paulo prosseguiu ensinando as coisas necessárias para que os santos estivessem equipados para o serviço de Deus, e por isso os exortou a partir do décimo versículo a estarem fortalecidos no Senhor e na força do seu poder, e mostrou que o modo de fazer isto é se revestir permanentemente de toda a armadura de Deus, para poderem permanecer firmes contra as ciladas do diabo, o arquiinimigo de Deus e também deles que não lhes dará trégua por um só instante, enquanto eles viverem neste mundo, como se vê no verso 11.
A luta espiritual que os cristãos empreendem neste mundo não é uma guerra civil contra os homens, contra os corpos deles, ou seja, contra a carne e sangue, mas uma guerra nas regiões celestes contra os principados e potestades, os príncipes do mundo de trevas e contra todas as hostes espirituais da iniqüidade que estão debaixo do governo deles, como se lê no verso  12.
Para vencê-los e não sermos vencidos pelos ataques e tentações deles é preciso estar revestidos de toda a armadura de Deus, veja, uma armadura espiritual que recebemos de Deus, e que não se encontra naturalmente em nós, e que pertence ao Senhor e não aos cristãos.
Sem esta armadura não é possível resistir no dia mau quando estes poderes do inferno vêm contra nós.
Mas revestidos com a armadura divina podemos vencê-los e permanecer firmes nos ataques que vierem desferir contra nós, como se afirma no verso 13.
É preciso portanto que os cristãos estejam firmes, e vestidos com a verdade e com a couraça da justiça; tendo os pés calçados com a preparação do evangelho da paz; empunhando o escudo da fé, para apagar todos os dardos inflamados do Maligno; usando também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus, como se vê nos versos  14 a 17.
Então o cristão deve viver na verdade, na justiça e na paz do evangelho; deve usar a fé por defesa e atacar o reino das trevas com a palavra de Deus, estando firme e seguro da sua salvação em Cristo Jesus, sabendo que é por meio dEle que será capacitado para esta guerra espiritual.
E deve fazer isto orando e suplicando em todo o tempo no Espírito, e também vigiando com perseverança, intercedendo em favor de todos os santos, como lemos no verso 18.
Paulo pediu aos efésios que orassem por ele, para que lhe fosse dada a palavra que deveria ser pregada e ensinada ao abrir da sua boca, para tornar o mistério do evangelho conhecido, com toda intrepidez, como vemos no verso 19, porque apesar de estar preso em Roma, ele continuava no exercício de embaixador do evangelho que ele devia proclamar com coragem, como afirma no verso 20.
O grande propósito do diabo  e pelo qual ele luta, é o de manter o mundo em ignorância quanto a ele, quanto aos seus procedimentos e dos espíritos malignos que operam com ele, e assim a  Igreja está tomando partido com ele ao apoiar a ignorância sobre ele.
Por falta de conhecimento, até mesmo a maioria das pessoas mais espirituais, não leva a cabo uma guerra completa e perpétua contra este exército de espíritos malignos; e muitos afirmam que se  Cristo é pregado que não é necessário dar ênfase à existência do diabo, nem entrar em conflito direto com ele, e os exércitos dele.
Assim, um grande número dos filhos de Deus está se tornando uma presa ao Inimigo por falta deste conhecimento, e pelo silêncio dos pastores e mestres da igreja quanto a esta verdade vital, a Igreja de Cristo está passando por grande perigo nestes dias finais, por estar desprevenida por não conhecer o ataque do Inimigo.
Aparte de tal conhecimento, é até possível que cristãos, por pensarem que estão lutando pela verdade, em sua ignorância, estejam lutando para defender e proteger espíritos malignos, e os trabalhos deles e ensino, acreditando que estão defendendo Deus, e a Sua obra; porque por pensarem equivocadamente que se trata de uma coisa divina se esforçarão para defendê-la.
É possível para um homem, por causa da ignorância se levantar contra Deus e atacar a própria verdade de Deus, e também defender o diabo, e opor-se a Deus, a menos que ele tenha conhecimento da verdade divina, inclusive no que se refere às operações do diabo.
Nós vemos o diabo sugestionando permanentemente a prática do mal para produzir um suposto bem. Foi assim ele conseguiu enganar Eva, como lemos em I Tim 2.14.
Então, a inocência não é nenhuma garantia de proteção do engano. O modo mais agudo no qual o diabo engana o mundo, e a Igreja, é quando ele entra no disfarce de alguém, ou algo, que aparentemente está falando dos interesses de Deus.
Ele disse a Eva que ela e Adão seriam como deuses, mas escondeu dela que seriam como demônios. O alvo verdadeiro dele era enganar Eva fazendo com que desobedecesse a Deus, mas com o argumento de que ela seria como Deus. Veja que ele costuma argumentar aparentemente em favor de Deus. Ele não disse que o pecado tornaria o homem semelhante ao diabo, mas que seria semelhante a Deus.
Por isso, o Espírito Santo, através do apóstolo Paulo ordena a todos os cristãos, neste sexto capítulo da epístola aos Efésios, a estarem revestidos permanentemente com toda a armadura de Deus para poderem empreender a luta na qual têm que se empenhar contra os principados e potestades, de maneira que possam resistir às ciladas do diabo e permanecerem inabaláveis.
Esta armadura é composta das armas espirituais da verdade, da justiça, da salvação, da fé, da Palavra de Deus, numa vida de oração e súplica por todos os santos. E é estando fortalecido no Senhor Jesus e na força do Seu poder que os cristãos poderão triunfar nesta guerra espiritual que têm que travar com os poderes das trevas.
A autoridade de Cristo sobre Satanás e seu exército de demônios é realizada por meio do equipamento que os cristãos podem receber do Espírito Santo, e Cristo tem dado autoridade em Seu Nome aos seus seguidores sobre os espíritos malignos.


“1 Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
2 Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa),
3 para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.
4 E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor.
5 Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo,
6 não servindo somente à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus,
7 servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens.
8 Sabendo que cada um, seja escravo, seja livre, receberá do Senhor todo bem que fizer.
9 E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor tanto deles como vosso está no céu, e que para com ele não há acepção de pessoas.
10 Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo;
12 pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes.
13 Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes.
14 Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça,
15 e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz,
16 tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.
17 Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
18 com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos,
19 e por mim, para que me seja dada a palavra, no abrir da minha boca, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho,
20 pelo qual sou embaixador em cadeias, para que nele eu tenha coragem para falar como devo falar.
21 Ora, para que vós também possais saber como estou e o que estou fazendo, Tíquico, irmão amado e fiel ministro no Senhor, vos informará de tudo;
22 o qual vos envio para este mesmo fim, para que saibais do nosso estado, e ele vos conforte o coração.
23 Paz seja com os irmãos, e amor com fé, da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo.
24 A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo com amor incorruptível.”.




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